sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Let's walk the waters to help heal the love...

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Ontem conversei com uma amiga. Uma amiga que só vi uma vez na vida, mas que é minha amiga! Eu sei que é estranho, eu também acho! Vai entender essas sintônices cósmicas que acontecem por aí, não é?
Essa amiga minha terminou um namoro de anos. Eu tentava consolá-la, e resolvi escrever sobre esses finais que fraturam tantos corações diariamente.
            Essa coisa de terminar namoro é um tédio geral!
            Você acaba tendo de contar para todas as pessoas que convivem contigo, pois ou você vai ficar um tempo com cara de bunda, ou se sua cara for convincente, sempre vai ter alguém que vai perguntar “fulano vem te buscar?” ou “fulano vai contigo amanhã lá?”. É uma coisa sem escapatória! E o detalhe mais tedioso é que você tem de repetir tudo mil vezes. Seria bem mais fácil convocar uma reunião e acabar com o tédio de uma só vez.
             Daí vem os consolos. Claro que nessa hora é bom ter os amigos por perto, mas eu penso nisso como um mini-luto, ou seja, se na hora de um enterro ninguém se arrisca a dizer nada além de “meus pêsames”, que seja assim também aqui, podendo substituir a palavra “pêsames” por uma à altura de mini-luto, como um “sinto muito”, por exemplo. Pronto, só isso tá ótimo!
            Não adianta, sempre tem alguém que diz para olharmos pelo lado bom e soltam aquele “pense bem, foi eterno enquanto durou”. A frase pode ter boa intenção, mas nessa hora tão fresca, tão já, a gente quer ter o direito de ficar revoltado.
        A dor de um término é igual o sentimento de paixão/amor do começo/meio do relacionamento: eterno enquanto dura. Eu diria que a dor é mais legítima, mais fiel ao tal do “eterno enquanto dure”, pois enquanto doemos, sentimos essa eternidade, e achamos que é tão grande, que nunca vai acabar, por mais que todos nossos amigos nos jurem de pés juntos que tudo passa, que da mesma forma que o amor chegou e foi embora a dor que chegou logo irá embora também, mesmo que todos nos garantam isso, a família, nossos autores prediletos, nossas músicas... não adianta, a dor é eterna ali naquele momento e não tem nada que ninguém possa fazer a não ser deixá-la ser.
Claro que ir embora para sempre a dor nunca vai, assim como embora da gente para sempre aquele relacionamento e aquela pessoa nunca vão, sempre fica alguma coisa, às vezes ficam várias! Mas a tormenta causada no início do fim passa sim.
Esse texto é um fôlego bem curtinho que eu tomei para dizer para minha amiga lá de longe, que ninguém vai passar por essa coisa toda por ela, e nem deveria, por que é um processo necessário, apesar de doloroso.
A perda dói por que é um pedaço da gente que vai junto com a pessoa, é saber que aquela pessoa que você era quando vocês eram dois acabou, é aceitar que aquele “eu” seu só existia naquela relação, e que acabou, talvez para sempre, e isso é cruel, então dói mesmo.
Eu to longe de te dizer que foi eterno enquanto durou, ao menos não agora, um dia, quando a tempestade passar fazemos uma pausa para olhar para trás com carinho e tiramos essa conclusão, mas, agora, você está de luto, então enlute!
Enlute um, dois dias, ou quem sabe uma semana, sei lá, cada um sabe do seu tempo, você nem precisa programar, o cansaço logo chega, e a necessidade de renascer bate na sua porta quando a hora for certa.
Se você se sentir muito sozinha, não se preocupe, é normal! Basta um tempo vivido com outra pessoa para acharmos que não nascemos sozinhos. Vem a separação e nos perdemos. Perdemos o rumo, a identidade, parece que perdemos uma parte do corpo junto.
Se por isso você precisar se mascarar e não parar um momento para que tudo isso te doa, vá lá, tudo bem... faz parte do luto, faz parte de tudo isso, e você tem o direito de escolher como vai ser o tratamento, você é quem sabe o que vai te curar mais rápido, ou até mesmo devagar, o importante é respeitar o seu próprio tempo.
Eu não sei, minha amiga, eu não sei de nada, só arrisco saber para ajudar você! Se a tentativa não foi lá tão boa, tudo bem também, eu tenho certeza que serviu para você sentir-se um pouquinho que seja menos sozinha, um pouquinho que seja mais amparada, e eu não contei antes, mas o objetivo aqui não era fazer você compreender algo, e sim sentir algo. Sentir amor, numa fase de tanto desamor. Sinta-se abraçada.

Um comentário:

Anônimo disse...

hey hey hey! eu também quero mandar um abraço praquela menina lá de longinho! [menina lá de longinho] sinta-se abraçada pelos colchetes :D

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